Em 2015 comemoramos o nosso aniversário de casamento com uma viagem de 3 dias em Belém do Pará. E o restaurante Remanso do Bosque foi onde fizemos o brinde oficial desta celebração. Desde que soube que iríamos para Belém eu tinha duas certezas: a primeira era de que mergulharia de cabeça no Mercado-Ver-O-Peso; a segunda, que não perderia por nada a experiência gastronômica dos irmãos Thiago e Felipe Castanho do restaurante Remanso do Bosque.
Apesar de jovem, a dupla Thiago e Felipe é considerada um dos grandes expoentes atuais da culinária brasileira. A cozinha amazônica nas mãos desses mestres das panelas ganharam a estrada para o mundo. Desde sua abertura em 2011, o restaurante vem recebendo prêmios e mais prêmios além de destaque na mídia. Os caras estão literalmente na boca do povo e, ao mesmo tempo, dos famintos pela gastronomia genuinamente brasileira e criativa. Escrevo tudo isso de boca cheia e ainda salivando pelos pratos que provei na casa. Sem frescuras e utilizando o melhor que a terra do Pará , da Amazônia e do norte do Brasil, os irmãos Castanho conseguem impressionar os comensais. Da elite gastronômica a um simples apreciador da boa mesa (como eu!).
E se você conversar um pouco com os moradores de Belém vai descobrir que a essência da boa mesa de Thiago e Felipe está na família, vem de berço. Tudo por conta do restaurante do pai que é igualmente famoso, mais simples e não tão festejado pela mídia como o dos filhos: o REMANSO DO PEIXE. Não tive tempo de conferir mais este prato cheio da gastronomia de Belém. Mas pode ter certeza que Remanso do Peixe ficou na minha “Wish Fome de Viagem List”.
Na entrada do restaurante há uma lojinha com produtos típicos do Pará de pequenos produtos, o livro de Thiago Castanho e algumas especialidades gourmets assinadas pelo restaurante.
Voltando ao Remanso do Bosque, comenta-se que vários aspectos contribuíram para a fama do Chef e do restaurante (além do sabor ímpar, é claro!). A apresentadora Ana Maria Braga foi uma espécie de fada madrinha dando uma visibilidade (justa por sinal!) ao Chef Thiago, que inclusive foi jurado de alguns provas culinárias do programa. Outro fator foi o prêmio britânico que destaca os melhores restaurantes latino-americano, o “50 Best“. Em 2015, o Remanso do Bosque ficou com o trigésimo oitavo lugar, fazendo bonito entre os grandes nomes da gastronomia do Peru, do Brasil, do Chile e da Argentina.
Afora o prêmio e a fada madrinha da Rede Globo, Thiago lançou um livro interessantíssimo que também impulsionou a fama de suas receitas e ingredientes: A Cozinha de Origem. Lançado no Brasil e no exterior, a obra faz uma bela homenagem a cozinha brasileira, principalmente à cozinha paraense tradicional. Dá vontade de devorar as páginas! Thiago é \o/ cara. Aliás, o livro é o presente de Natal que pedi ao Papai Noel aqui de casa.
Como o restaurante fica um pouco distante do Centro e das atrações principais de Belém (são 20 de carro a partir do Radisson), reservamos a nossa mesa para celebrar as bodas durante o almoço. Em primeiro lugar é preciso destacar que apesar de famoso (toda a celebridade que chega em Belém dá um pulo no Remanso que, por sinal, está situado ao lado da filial da Rede Globo no Pará) o restaurante não é metido à besta. O ambiente é bem decorado, porém descontraído. Vi clientes de bermuda e com um visual bem despojado, nada informal
Iniciamos os trabalhos com uma bebida divina e refrescante da casa, sem alcool, que nem lembro o nome.
Meu marido, pediu a cerveja da Amazon Beer de Bacuri (que virou a nossa paixão!). Estupidamente gelada, essa iguaria do Pará fechou todas com a fenomenal linguiça de porco com jambú que pedimos de entrada acompanhada de um pão artesanal quentinho. No início, fui contra pedir linguiça em terra de pescado, mas o garçom fez tanta propaganda que tivemos que experimentar. A linguiça era mesmo de outro mundo. O jambú, uma das novidades gourmets que Belém me apresentou, é uma erva (folhinha!) típica do norte do Brasil responsável por um sabor que amortece os lábios. Faz parte de receitas tradicionais da região como o tacacá e o pato no tucupi. E ainda, é um alimento indígena que provoca a sensação de saciedade. Jambú, I love iu!
O único sabor que lembrou a minha casa (o Rio Grande do Sul) foi o vinho branco chardonnay da vinícola Pizzato. É que o restaurante tem um vinho da casa, produzido no Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha). Interessante. Do sul ao norte, os sabores se misturam, se harmonizam perfeitamente.
De entrada, além da linguiça, tivemos que comer ajoelhado, rezando e pedindo para voltar mais uma vez à cidade de Belém, o camarão empanado na farinha de tapioca. O molho que acompanhava era igualmente divino, leve e delicado.
E a nossa mesa estava assim: divida entre a linguiça e o camarão, a cerveja de Bacuri e o Chardonnay… difícil, não?
Para prato principal , elegemos dois. Um dois pratos foi o carro-chefe (do Chef!) : filhote na brasa (peixe típico da região e espetacular com carne branca a farta) com macaxeira e feijão manteiguinha. CHORAAA…
Já o segundo (e acho que esse era ainda mais delicioso!) foi um pirarucu defumado com leite de coco e banana da terra. Sem explicação.
Arroz branco e farofinha acompanhavam o prato. Muita felicidade à mesa, certo?
Depois de todo esse banquete, eu não queria pedir sobremesa. Contudo, fui vencida pelo marido que falou que não sairia de lá sem um grand finale. E foi mesmo: toffe de cumaru com bolinho de tapioca assado no forno à lenha e sorvete de tapioca da Cairu (Cairu é uma sorveteria megafamosa de Belém!). Foi preciso lamber a colher e o prato para se despedir dessa experiência dos Deuses.
Foram 2 horas incríveis e uma explosão de sabores com o casal feliz da vida e soltando fogos de artifício pela boca. Para uma gaúcha como eu, tudo era novo ao paladar (exceto o vinho branco da Serra Gaúcha). Um gosto desconhecido de Brasil que se apresentou com louvor a cada garfada. Toda essa experiência (com bebidas inclusas) saiu por volta de R$ 400 reais para o casal. O vinho (um os pedidos mais caros) sai por volta de 120 reias. Ou seja, se quiser economizar peça só a cerveja que vai ser bom igual (mas se puder, peça o vinho, ok?). Os preços são muito honestos pelo banquete que é servido. Ah, e se pensar em dólar é super em conta, certo? Afinal ondese come por 100 dólares o casal (com vinho e cerveja!) no melhor restaurante da cidade, um dos mais premiados do Brasil e da América Latina? Onde, onde?
Assim como Rodrigo Oliveira do celebrado Mocotó de São Paulo, os Chefs do Remanso têm uma cozinha-laboratório destinada à catalogação de produtos e desenvolvimento de novos preparos. São alquimistas da gastronomia de origem, da essência do Brasil à mesa.
Dica Café Viagem: os pratinhos de palha do restaurante (onde são servidos o pão e o camarão) são artesanatos típicos de Belém e são vendidos no Mercado-Ver-O-Peso.
SAIBA MAIS
REMANSO DO BOSQUE
Tv. Perebebui 2350
Belem Do Pará, Para, Brazil
Tel.: 091 3347-2829
Site: www.restauranteremanso.com.br
Facebook: ww.facebook.com/RemansoDoBosque
Horário: de terça a sábado, almoço e jantar. Domingos, somente almoço até 15h
Aceita cartão de crédito
DICA DE HOTEL EM BELÉM: RADISSON BELÉM DO PARÁ
Avenida Comandante Brás de Aguiar, 321
BELÉM- PARÁ | Brasil Tel. (91) 3205-1399
Site: www.atlanticahotels.com.br
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ESTAÇÃO DAS DOCAS E O PASSEIO ORLA AO ENTARDECER
#PARTIUBELÉM – O CONVITE E PREPARATIVOS PARA A VIAGEM E DICAS DE AMIGOS
*A viagem a Belém foi um convite da Atlantica Hotels ao blog Café Viagem para viver a Experiência Radisson em Belém do Pará. Adoramos e agradecemos a oportunidade que foi simplesmente a cara do blog, o Brasil na veia!
Oi, sou a Alexandra Aranovich
Autora do blog Café Viagem, criadora de conteúdo e sommelier. Degusto a vida entre vinhos, viagens e café da manhã. Moro em Porto Alegre, mas vivo com o coração no mundo. Como posso te ajudar a degustar teu sonho?
Estive nos Remansos (o do Bosque e o do Peixe) bem antes da explosão da fama. Bom saber que continua incrível (esse camarão na tapioca é incrível!). E não deixe de ir um dia ao restaurante dos pais Castanho que fica escondido em uma vila residencial e é responsável por uma das melhores moquecas que já comi na vida!
Oi Lili
POis é, vou ter que voltar pra Belém pra provar essa moqueca do Remanso do Peixe!!
Beijoooo
Alexandra do Café Viagem
Olá, Alexandra! Que bom haver encontrado o seu “cafeviagem.com/restaurante-remanso-do-bosque-belem”! Foi um prazer ler o relato da sua experiência sobre a gastronomia paraense, que é verdadeiramente, sem demérito para nenhuma outra, a mais típica das cozinhas brasileiras.
Tenho certeza que você voltará a visitar a minha Belém, pois, certamente você deve ter experimentado o nosso “tacacá”, ou tomado o verdadeiro açaí paraense (aqui só se toma um açaí grosso, bem encorpado) e, como afirma o dito popular: “Quem foi ao Pará…parou, tomou açaí, ficou!”. Ademais, a colônia gaúcha aqui é numerosa, visto que os gaúchos que vêem aqui a trabalho (conheço vários), ou até por turismo, acabam prolongando a estada e ficam morando aqui (e nem reclamam mais do calor, ou da nossa tradicional chuva da tarde…rsrsrs). Os que chegam solteiros… findam casando com um(a) paraense….rsrsrs.
Um fraterno abraço a vc e seu esposo.
Obrigada, Ademir! Adorei tudo que provei em Belém!
abraços do sul